Balneário

Entrei na casa de banho dos rapazes e olhei em volta vendo que não havia ninguém. Suspirei de alívio e Max foi diretamente para dentro de um cúbiculo. Eu precisava de água, já estava a secar. Abri a torneira e inclinei-me até beber água.

Fiz uma careta quando chegou a vez de limpar a sanita e tentei despachar-me o mais rápido que consegui. Aquilo era nojento. Passei depois um pano pelas paredes daquele cubículo e revirei os olhos por ser tão apertado.
- Ufa! - respirei de alívio quando terminei e abri a porta, dando um saltinho quando o vi. Revirei os olhos.- outra vez? - resmunguei. Peguei no rolo do papel e mandei-lho à cabeça.- sujas o que eu limpei e quem te mata sou eu.

Quando levantei a cabeça ao ouvir a voz dela agarrei no rolo olhando-o. Olhei depois para ela e ignorei-a voltando a baixar a cabeça para beber água. Se ela percebesse que não eramos de lá ainda era capaz de nos denunciar.

Revirei os olhos quando me ignorou e peguei num outro rolo, voltando a atirar-lho.
- Não me ignores.- resmunguei.

Agarrei o rolo ainda no ar e mandei-o para o chão.
-Estou a tentar beber água posso? - perguntei agarrando-me lavatório.

Encostei-me à porta de um dos cubículos e cruzei os braços ao peito, ficando a fitá-lo.
- Espero que te engasgues.- murmurei entre dentes.

Levantei a cabeça depois de beber um bocado de água e olhei-a pelo vidro. Mas ela estava toda descontraída a olhar para mim porquê? Cerrei os dentes quando comecei a ver tudo ficar à roda e já só senti o impacto com o chão.

Continuei a olhá-lo mesmo quando me olhou através do vidro e revirei-lhe os olhos. Ele conseguia irritar-me, mesmo calado. Voltei a virar-me, para continuar o que estava a fazer, mas pouco tardou até que me virei de novo assim que ouvi um estrondo. Arregalei os olhos quando o vi estendido no chão e corri até ele, abanando-o ligeiramente.
- Coiso.- chamei.

Virei-me para cima meio dormente e suspirei passando a mão pelo meu peito tentando respirar como deve de ser. Fechei os olhos novamente e ouvi Max.
-Mano - senti outro a abanar-me e abri os olhos novamente.
-Eu estou bem. - disse sentando-me encostado ao azulejo.

Olhei o puto quando se aproximou e quando voltei a desviar o olhar para o estúpido, já ele estava a acordar.
- Há quanto tempo é que tu não comes? - resmunguei com um revirar de olhos.- deves pensar que és o super homem e que não precisas de comida tu.- levantei-me e ajeitei as minhas calças, sem deixar de o olhar.- a comida daqui não é assim tão má.

Max olhou para ela e depois para mim.
-Podes calar-te? - perguntei respirando fundo. Ela só tinha razão numa coisa, eu não era o super homem e precisava de comer, isso só estava a piorar o que eu tinha.

Passei as mãos pela cara enquanto bufava e fiz-lhe um pirete.
- Sabes, eu estou-me nas tintas para se desmaias ou morres no meio do chão.- encolhi ligeiramente os ombros, fazendo gestos obscenos com a mão.- só me mete impressão o facto de nem sequer te preocupares em comer quando tens um miúdo que precisa de ti.- murmurei.- mas tudo bem, tu lá sabes o que fazes.- voltei a encolher os ombros e peguei num pano, começando a limpar o vidro.

Passei uma mão pela cana do nariz e abanei a cabeça.
-Mete-te na tua vida - disse novamente mas mais baixo encostando a cabeça ao azulejo.

Apertei o pano na minha mão e respirei fundo três vezes, controlando-me ao máximo para me manter calada. Agora era a minha vez de ignorar. Coloquei apenas a ponta do pano dentro de um dos bolsos da minha farda e peguei na esfregona, começando a passar no chão.

Fiquei mais feliz quando ela me ignorou e Max ajudou-me a levantar.
-Vamos comer - disse ele muito adulto e encostou-se a mim para me ajudar a equilibrar fazendo-me sair da casa de banho.

Fiquei calada durante todo o tempo que o miúdo o ajudou a levantar-se e cerrei o maxilar quando a porta se fechou.
- Estúpido, estúpido, estúpido, estúpido! - atirei a esfregona para o chão e passei as mãos pela cara, soltando um grunhido.

-Não deviamos ter ido para aqui, lá fora há mais comida - disse a Max fazendo-lhe festinhas no cabelo e ele negou.
-Não, aqui é quentinho e eu consigo ir ao bar sem ser apanhado. - sorriu orgulhoso de si próprio - vai para ali - disse apontando para uma ponta e fui para lá.

Limpei o último cubículo que faltava e sacudi as mãos uma na outra quando terminei.
- Tanto trabalho para daqui a cinco minutos estar igual.- resmunguei para mim mesma e revirei os olhos, pegando no balde e saindo dali. Estava a ir para uma das salas de dança, para começar a limpá-la quando o vi ao longe. Revirei os olhos e apertei o balde nas minhas mãos, entrando enquanto resmungava.