Beth's house

Fechei os olhos encostando a cabeça à parede e respirei fundo algumas vezes tentando acalmar-me, ao fim de algum tempo consegui fazê-lo, ficando a olha-la sem saber o que lhe dizer. Já lhe tinha dito que tinha morto umas quantas pessoas, mas não conseguia dizer-lhe que tinha roubado.. - Nada..

Suspirei quando ele não me disse e levantei a cabeça para o olhar, tocando na sua bochecha com as pontinhas dos dedos.
- Podes confiar em mim.- disse baixinho, esticando-me para o beijar.- sabes disso, não sabes?

Assenti com a cabeça e suspirei encostando mais a bochecha à sua mãe fechando os olhos com um suspiro. Eu ia contar - Eu roubei-o - mordi o lábio - a ele e a metade da cidade - revirei os olhos com um suspiro e depois olhei-a preocupado - vais deixar de gostar de mim?

Continuei a fazer-lhe festinhas na bochecha quando senti a sua cara encostar-se mais à minha mão e quando percebi que ia contar, deixei-me estar calada, a ouvi-lo. Não arregales os olhos, não arregales os olhos. Mordi a parte de dentro da minha bochecha com força e fiquei a olhá-lo. Roubar? Para que é que ele precisava de roubar? Beth, tu sabes porquê. Assenti com a cabeça, aos meus próprios pensamentos. Ainda tinha de falar com ele sobre isso. Juntei as sobrancelhas com a sua e não consegui não sorrir com a sua cara preocupada.
- Isso é impossível Leo.- dei-lhe um beijinho no nariz, descendo depois para os seus lábios.- eu não vou deixar de gostar de ti por isto.- abanei a cabeça.- nem por outra coisa, não vou deixar de gostar, simplesmente.

Fiquei a olha-la todo o tempo que ficou a olhar para mim e mordi o meu lábio assentindo enquanto olhava para baixo - está bem - murmurei abraçando-lhe a cintura, sentindo os seus lábios encostados aos meus - eu também não vou deixar de gostar de ti - disse muito sinceramente.

Toquei-lhe no queixo para que levantasse o olhar e sorri, dando-lhe um pequeno beijinho nos lábios.
- Espero bem que não.- murmurei baixinho.- porque eu gosto muito de ti Leo.

Mordi o lábio com um sorriso pequenino e abracei-a de novo assentindo com a cabeça - eu também gosto muito de ti - murmurei - e acho que vai ser dificil arranjar emprego por aqui - era por isso que eu andava sempre de um lado para o outro mais o meu irmão. Quando começávamos a ser conhecidos, fugiamos.

Voltei a esconder a minha cara no seu pescoço com um sorriso. Gostava de estar assim, conseguia sentir o seu cheirinho, eu gostava do seu cheirinho. Abracei o seu corpo com os meus braços e cheguei-me para ele.
- Vai ser difícil, mas não vai ser impossível.- abanei a cabeça.- e eu vou ajudar-te, eu prometi não prometi?

Sim, devia haver um ou dois que tivessem escapado, mas era longe, não queria deixar o meu irmão sozinho, apesar de tudo. Ele podia ficar com Beth, mas mesmo assim... Assenti com a cabeça dando-lhe um beijo na testa e olhei para as caixas onde estávamos - vamos para casa, tentamos amanhã de manhã. - encolhi os ombros.

Fechei os olhos com um sorriso ao sentir o seu beijinho na minha testa e assenti, dando-lhe um no queixo.
- Vamos.- murmurei, levantando-me devagarinho do seu colo e estendi-lhe uma mão, para que agarrasse.

Agarrei na mão que ela estendeu e respirei fundo passando a mão pelo meu peito que ainda estava um bocado descontralado. Tinha medo depois do que o médico tinha dito, e depois de todas as minhas más disposições.
-O Max já deve ter adormecido - encolhi os ombros e quando a olhei não consegui deixar de fazer um sorriso maroto.

Entrelacei os meus dedos nos seus e olhei-o, juntando as sobrancelhas assim que o vi passar as mãos pelo peito. Eu andava preocupada com ele, principalmente depois do que o médico tinha dito.
- Sentes-te mal? - perguntei baixinho e puxei-o para começarmos a andar devagarinho, não conseguindo não sorrir com o seu sorriso.- isso é a tua cara de quem quer aproveitar? - estiquei-me para lhe dar um beijinho.

Abanei a cabeça com a sua pergunta e apertei a sua mão - não, só está muito rápido - encolhi os ombros, não estva muito preocupado agora, porque era normal. Olhei para ela rindo-me com um abanar de cabeça - depende, achas que é?

Assenti, ligeiramente mais descansada e continuei a andar a seu lado, encostando a cabeça ao seu ombro. Olhei para cima quando ouvi a sua pergunta e soltei um risinho, encolhendo os ombros com um sorriso parecido ao dele.
- Eu acho que sim.- assenti.- mas também posso estar enganada.- semicerrei-lhe os olhos.

Sorri com um abanar de cabeça tocando-lhe na bochecha - eu gosto das tuas covinhas - murmurei - finalmente vejo-as - sorri levemente -as de antes eram muito estranhas.

Virei a cara a tempo de lhe morder o dedo, com pouca força, e mordisquei o meu lábio.
- Eu faço covinhas? - fiz uma careta e toquei com dois dedos nos bochechas.- gostas? - sorri de novo e senti as tais covinhas nas minhas bochechas.- eu antes não conseguia.- encolhi os ombros.- nunca percebi muito bem porquê.- suspirei.

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