Beth's house

Suspirei baixinho quando se afastou ligeiramente e baixei a camisola, arregalando os olhos com o que ele disse. O quê?
- Ir embora daqui? - perguntei baixinho, subindo o olhar para ele.

Passei as mãos pelos olhos quando me lembrei de Max a cair com uma bala sabesse lá onde e engoli em seco.
-Não posso deixar que aconteça de novo, ele e a única coisa que eu tenho.

Engoli em seco com o que disse e foi como se de forma instintiva os meus braços rodeassem o seu corpo para o abraçar.
- E se tiver sido por engano? - perguntei baixinho

Senti-a abraçar-me de novo e fiquei a olha-la pousando depois a mão sobre as suas costas.
-Não sei, eu não fiz nada, não tenho inimigos, muito menos ele - encolhi os ombros - mas eu quero-o bem.

Apertei o seu corpo contra mim e escondi a minha cara no seu pescoço.
- Não vás embora.- disse de repente.- eu ajudo-te a tomar conta dele.

Juntei as sobrancelhas e encolhi-me ligeiramente quando enfiou novamente a cara no meu pescoço. Engoli em seco e apertei-a, apenas instintivamente, contra mim fechando os olhos.
-Não posso. - poder podia, mas era demasiado casmurro para aceitar.

Revirei os olhos e levantei a cabeça, apertando-lhe a camisola enquanto o olhava.
- Eu estou sozinha Leo, qual é o mal de vos ajudar? Eu também preciso de companhia.- disse baixinho, suspirando.

-Pára - pedi quando apertou a minha camisola, não queria que a rasgasse visto que era a única que eu tinha e fiquei a olha-la abanando a cabeça - então tu queres que eu fique com ele, porque queres companhia?

Larguei a sua camisola quando pediu e fiquei a olhá-lo, abanando a cabeça.
- Não parvo.- resmunguei.- eu não quero que vás embora, quer-me me faças companhia ou não.- encolhi os ombros.

Fiquei a olha-la e respirei fundo para pensar, já não sabia o que fazer, eu também queria ficar.
-Se eu ficar, não é aqui, esta é a tua casa - disse desviando o olhar do dela para depois olhar Max que fez uma careta com dores.
-Porquê? Aqui é quentinho - disse com uma voz sonolenta.

Afastei-me, já meio irritada com ele e afundei-me no sofá. Porque é que ele era tão casmurro? Virei a cara para Max e endireitei-me rapidamente.
- Vês? Eu tenho um quarto a mais Leo, não me faz diferença nenhuma.- suspirei.

Cerrei o maxilar, mas estavam todos contra mim? Assim ela ia perceber e eu já lhe tinha contado metade, não queria que ela soubesse mais nada. Fechei as mãos num punho e já só vi Max abanar a abanar a cabeça.
-Nós ficamos.

Mordi o lábio com força enquanto o olhava à espera da sua resposta e arregalei os olhos quando aceitou. Dei um pequeno saltinho, emitindo um som que até eu própria desconhecia e atirei-me para cima dele, dando-lhe um beijinho na bochecha.
- Estava a ver que não.- resmunguei, gemendo baixinho por causa das minhas costelas.

Tudo por causa daquele puto. Arregalei ligeiramente os olhos quando saltou para cima de mim e Max ficou a rir-se virando-se par ao outro lado.
-Sim, está bem - disse afastando-a e colocando-a na outra ponta do sofá.

Fiz uma cara amuada quando me colocou na outra ponta do sofá e levantei-me de braços cruzados ao peito.
- Só não te mostro o meu dedo porque..- apontei para Max.- vou preparar o vosso quarto.

-Quarto dele, eu durmo no sofá - disse logo mas, mas Max olhou-me abanando logo a cabeça.
-Eu não consigo dormir sozinho - queixou-se e eu suspirei passando as mãos pelo cabelo.
-Vai - disse entre-dentes.

Virei-me para trás quando Leo disse que dormia no sofá e revirei os olhos, abrindo a boca para falar mas Max fê-lo or mim. Assentei as mãos na cintura e juro que queria saber fazer aquilo com a boca, eu adorava aquele miúdo. Dei meia volta, sem dizer nada e fui arrumar-lhes o quarto.

Agora sim, começava a ter fome.
-Eu ouvi - disse Max - a tua barriga - claro, ele estava encostado a ela.
-Cala-te e dorme - disse com um revirar de olhos e substitui-me por uma almofada indo até à cozinha e agarrei numa maçã até procurar pelo quarto.

Abri a janela que havia no quarto, para que arejasse um pouco e fui até ao meu, retirando do meu armário uns lençóis lavados. Voltei para o quarto deles e comecei a fazer a cama. Ainda nem acreditava que Leo tinha aceite. Coloquei as duas almofadas sobre a cama e quando me virei dei um pequeno saltinho ao ver Leo.
- Precisas de alguma coisa? - perguntei baixinho.

Mostrei-lhe a maçã que tinha na mão e aproximei-me dela e fiquei a olha-la antes de conseguir falar.
-Eu não quero o teu dinheiro, nem a tua comida. - disse convicto - cada coisa que eu gastar, eu vou pagar.

Cruzei os braços ao peito e fiquei a olhá-lo fixamente, revirando os olhos à medida que ele falava.
- Se isso te faz tanta comichão, fazemos as contas depois, quando tiveres dinheiro.- encolhi os ombros, olhando-o.

Encolhi os ombros virando-lhe costas e voltei para a sala agarrando em Max ao colo e levando-o com cuidado para o quarto deitando-o na cama e ele sorriu todo contente.
-Isto é tão confortável - disse cheirando as almofadas.

Fiz-lhe uma careta quando se virou de costas e quando voltou, arregalei os olhos com Max. Ele estava tão feliz.
- Já vi que gostaste do teu quarto.- encolhi os ombros, satisfeita.

Sorri levemente ao ver a felicidade dele, eu dava tudo para o ver com aquele sorriso. Sentei-me ao lado dele e passei a mão pelo seu cabelo, não ia larga-lo tão rápido. Olhei para Beth e mordi o lábio.
-Porque é que não sorris? - não podia falar muito, mas eu sorria com Max.

Cruzei os braços ao peito, ficando a vê-los e ia sentar-me na cadeira que havia a um canto do quarto quando ouvi a pergunta de Leo. Arregalei os olhos, sentindo-me paralisar e deixei-me cair na cadeira. Olhei as minhas mãos e por fim o chão e encolhi os ombros.
- Porque não consigo.- murmurei.