Grants house - LA

Levantei o olhar para ele, enquanto mordiscava o meu lábio de forma nervosa e beijei-o, apertando ligeiramente a sua mão. Vai correr tudo bem, repeti mentalmente e assenti.
- Ligas-me sempre que conseguires? - perguntei baixinho.

Olhei-a quando ouvi a sua pergunta e assenti tocando na sua bochecha.
-Claro que sim - sorri-lhe um bocadinho - e se a ligação estiver má, vais ser chamada à central - olhei para o meu suposto padrasto de novo para ela - e vai correr tudo bem.- apertei a sua mão quando senti o carro parar.

Fiquei a olhar os seus olhos enquanto ele falava e assenti, acariciando a sua mão cm o meu polegar. Voltei a assentir quando disse que ia correr tudo bem e cheguei mesmo a questionar se me estava a tentar convencer a mim ou a ele. Acho que era um bocadinho dos dois. Engoli em seco quando o carro parou e dei por mim a abanar a cabeça.

Sim, vai correr tudo bem. Não estou com medo, não estou com medo. Larguei-a apenas para me levantar e estendi-lhe de novo a mão ajudando-a a levantar-se.
-Tem calma amor - toquei-lhe na bochecha dando-lhe um beijo na testa - antes que sintas a minha falta já estou cá.

Eu queria tanto gritar-lhe para que ficasse, queria tanto implorar-lhe para que não fosse fazer aquilo. Mas eu não podia, não podia ser egoísta a esse ponto. Agarrei na sua mão quando ma voltou a estender e saí do carro com a sua ajuda, abraçando-me logo ao seu corpo.
- Mas eu já sinto a tua falta.- murmurei, sentindo o meu queixo já a tremer. Não Abbie, nem penses, não podes.

Passei a minha mão pelo seu cabelo e fiz com que ela andasse até dentro do edifício.
-Vai correr tudo bem - eu não sabia quantas vezes já tinha dito aquilo, mas continuava a ter medo que não corresse. Olhei em volta vendo que estávamos sozinhos, provavelmente já estava atrasado, mas não interessava. - Eu sei que isto vai soar muito mal, mas não tapes os ouvidos.

Continuei abraçada ao seu corpo enquanto andava com ele e quando entrámos no edifício olhei em volta, já não vendo ninguém. Tínhamos vindo cedo demais ou ele já estava atrasado. Desviei o olhar de novo para e mordi o lábio, assentindo devagarinho.
- Está bem.- murmurei baixinho.

Não consegui evitar não sorrir quando me endireitei e agarrei na sua cara começando muito baixinho antes que ela se assustasse já. - All my bags are paked I'm ready to go I'm standing here outside your door I hate to wake you up to say good-bye But the dawn is breaking it's early morn The taxi's waitin he's blowin his horn Already I'm so lonesome I could die - comecei a cantar.. ou a tentar cantar mais alto -So kiss me and smile for me tell me that you'll wait for me Hold me like you'll never let me go - sorri mordendo-lhe o lábio - Cause I'm leavin on a jet plane I don't know when I'll be back again Oh babe I hate to go There's so many times I let you down So many times I played around But tell you now They don't mean a thing Every place I go I think of you Every song I sing I sing for you When I come come back I'll wear you wedding ring So kiss me and smile for me tell me that you'll wait for me

Fiquei a olhá-lo com atenção quando me agarrou na cara e juro que não fazia ideia do que se ia passar. O meu coração acelerou e os meus olhos encheram-se de lágrimas à medida que ele cantava. Sim, ele estava a cantar para mim. A nossa bebé mexeu-se, demonstrando o quão agradad estava com aquilo e apesar das lágrimas eu sorri, puxando-o para o beijar quando terminou. Amava-o com todas as minhas forças.
- Eu vou estar aqui quando voltares.- sussurrei, tal como dizia na música.

Ri-me passando as mãos pelas suas bochechas e beijei-a. Já sabia que não a ia querer largar, por isso ia ficar assim com ela, abraçado e completamente colado ao seu corpo até ao último sinal.
-Eu sei que nada de mal vai acontecer - não sabia - mas se acontecer Abbie diz à minha filha que eu a amo - murmurei afastando-me com um ligeiro sorriso quando ouvi o último aviso mimando com os uns lábios um Amo-te.

Fechei os olhos ao ouvir o som da sua gargalhada e guardei-o na minha memória, não que me fosse esquecer, sabia-a de cor, reconhecê-la-ia em qualquer parte do mundo, tal como o reconheceria a ele, mas era apenas para que ficasse mais fresco na minha cabeça. Agarrei-me a ele quando me beijou e dei tudo o que tinha naquele beijo. Eu sabia que era o último. Encostei as nossas testas quando terminou e fiquei abraçada a ele até o sentir afastar-se depois de se ouvir o último aviso. Abanei a cabeça quando o seu discurso soou a despedida e as minhas lágrimas deslizaram sem permissão pelas minhas bochechas.
- Estamos à tua espera.- falei alto o suficiente para que ouvisse.- vamos contar-lhe todas estas coisas quando ela for crescida, por isso tens de voltar.- controlei-me para não correr atrás dele.- cuida do meu coração, que eu vou cuidar de nós.- o meu queixo tremeu.- eu amo-te Kyle.- gritei.

Aproximei-me apenas para dar um beijo na sua barriga e sentir a minha bebé outra vez, mas tive que me voltar a afastar, não fosse eu perder o avisão. Cerrei um punho para ser forte e quando ela disse que me amava, virei-me de frente para ele e sorri-lhe continuando a andar para trás, acho que se falasse ia demoronar tudo, quando voltei a virar-me para a frente já só vi o avião que nos ia levar à base no território do inimigo. Entrei no mesmo, que estava repleto de outras pessoas como eu e fui sentar-me no único levar vazio agarrando-me à cadeira para não voltar lá fora. Não conseguia acreditar que tinha deixado uma mulher e uma filha ali, para ir matar pessoas.

Fechei os olhos quando voltou para trás e por breves instantes, mesmo muitos breves mas suficientes para alimentar a minha esperança, pensei que ele se tinha arrependido e que ia voltar para casa connosco. Mas não passava também da última vez em que me acariciava a barriga. Já devia saber, ele era de ideias fixas. Engoli em seco quando senti a minha filha remexer-se de forma brusca e imaginei-a a debater-se e a gritar-lhe para que ficasse, tal como eu estava a fazer por dentro. Não tirei os olhos dele um segundo que fosse e fiquei apenas estático, a olhá-lo enquanto as lágrimas escorriam. Mesmo quando ele desapareceu. Mesmo quando o levaram para longe de mim.

Estava distraído a olhar para a janela quando o general se põe à minha frente com os olhos muito esbugalhados a olhar-me.
-Tens que deixar as lembranças para trás, só te tornam mais fraco. - disse ele num tom autoritário.
-Eu sei. - disse apenas.
-Sabes o quê?
-Eu sei meu general - não tinha convicção, agora, neste momento não conseguia. Ele apenas abanou a cabeça.
-Kyle, eu sou teu amigo, mas.. é melhor orientares-te ou ainda acabas morto. - abanei a cabeça.
-Nunca. - respondi-lhe olhos nos olhos.

- Abbie, anda, ele já foi, ele já não volta.- ouvi a voz do padrasto de Kyle e olhei para trás, abanando a cabeça.
- Volta sim, ele prometeu que voltava.- murmurei, apesar de saber que não era a isso que se referia. Passei as mãos pela cara, tentando limpar as lágrimas, mas elas caíam umas atrás das outras, era mais forte do que eu. Parte de mim estava agora naquele avião e ia sabe-se lá para onde, arriscar a vida enquanto outra parte estava dentro de mim e precisava dele. Deambulei para fora do edifício, deixando que me agarrasse para não cair e olhei mais uma vez para trás, antes de entrar no carro.
- Amo-te.- sussurrei, como se ele me pudesse ouvir.

Todos dormimos no avião, era uma viagem um bocado chata e cansativa e posso dizer que quando acordei já não podia ser eu.
-Chegámos ao nosso destino - avisou o comandante - podem ir arrumar as vossas coisas nos vossos compartimentos têm meia hora para isso, meia hora para comer e mais meia hora para estar na sala de treinos - supostamente nós já estávamos treinados, mas eles gostavam de garantir que estávamos em forma. Saímos todos do avião e primeiro que tudo tive que procurar o meu compartimento, tinha o meu nome desenhado em letras brancas, depois tive que arrumar tudo até deixar aquilo num brinco e antes da meia hora dada ainda fui comer e arranjei um sítio para comer. Esta missão não era como a anterior, não andava cheia de novatos que não sabiam para o que vinham, já não havia grupos espalhados pela cantina, agora eram todos numa mesa, mas eu tinha chegado primeiro por isso estava a comer sozinho, mais uma vez não queria aproximar-me demasiado de ninguém. - Então modelozinho! - senti uma palmada no meu ombro e alguém sentar-se ao meu lado fazendo-me olhar para...
-Wild? - perguntei de olhos arregalados. - o que é que estás aqui a fazer?
Ele olhou-me de uma forma descontraída e encolheu os ombros - Então, estou a ajudar o meu parceiro.
-És doido - abanei a cabeça com um suspiro, ele só se metia em encrencas.
-Ainda bem que não sou o único não é?

O caminho para casa foi feito em silêncio. Eu não queria, nem sabia o que dizer e o padrasto de Kyle parecia respeitar isso. Já devia estar habituado. Saí do carro assim que chegámos e passei as mãos pela cara, respirando fundo. Tinha de me tentar manter calma, mesmo que a minha vontade fosse de gritar com toda a gente, tinha de fazê-lo pelos miúdos e pela minha bebé. E por ele, eu tinha prometido.
- O Kyle já foi embora? - ouvi a voz de Claire mal fui embora e olhei para baixo, vendo-a olhar-me. Assenti e assim que o meu queixo tremeu, endireitei-me.- não fiques assim mana, ele daqui a uns dias já está aqui outra vez.- ela sorriu muito inocentemente.- já não sabes que ele volta sempre? - mordi o lábio com força já com os olhos cheios de lágrimas e peguei nela com cuidado, para a abraçar. Ela aninhou-se no meu colo com cuidado por causa da barriga e deu-me um beijinho na bochecha, limpando-me as lágrimas.- a July fez batatas fritas para o almoço.- ela disse de repente com um sorriso enorme.- eu e o Fred comemos tudo, mas ela guardou um bocadinho para ti.- abraçou-se a mim.- queres que eu te faça companhia enquanto comes? - olhou-me muito atenta e quando eu assenti ela saiu do meu colo, agarrando-me na mão para me puxar para a cozinha. July olhou-nos quando lá chegámos e eu apenas lhe dirigi um sorriso sem vontade, indo sentar-me na cadeira.
- Fiz uma salada para acompanhares, aposto que se o Kyle estivesse aqui era isso que me pedia para te fazer.- sorriu-me e eu acabei por fazê-lo com um pouco mais de vontade, lembrando-me de quando me obrigara a comer uma salada para só depois poder comer o bolo.
- Pois era.- assenti.

-A July sabe que vieste? - perguntei-lhe e ele assentiu.
-Sim, estava toda chorona quando saí de manhã, mas ela percebeu. - levou a comida nojenta à boca como se aquilo fosse realmente bom.
-Percebeu o quê?
-Que não podias vir para aqui sozinho - fiquei a olhar Wild depois do que ele disse e ainda pensei em algumas coisas para dizer, mas acabei por apenas abanar a cabeça e levar uma colherada à boca.
-És um bom amigo. - bati-lhe nas costas e ele sorriu todo convencido. - Vamos, temos meia hora. - disse levantando-me.
-Espera ainda estou a acabar - resmungou.

Recostei-me na cadeira quando fiquei cheia e olhei para Claire que olhava para a porta e depois para a cozinha com uma cara preocupada.
- O que é que se passa princesa? - perguntei baixinho, pousando as mãos na minha barriga. Ela deu um pulinho, parecendo ter-se assustado, e olhou-me, com aquela sua carinha.
- É que..- suspirou.- o Fred está lá fora sozinho, e ele queria brincar, mas eu disse que vinha ter contigo.- olhou para as suas mãozinhas.- mas agora tu já comeste e...- mordeu o lábio.
Sorri com toda aquela preocupação e passei a mão pelo seu cabelinho.
- Vai ter com ele, eu fico bem.- sorri-lhe quando me olhou.
- Mas eu não te queria deixar sozinha.- disse baixinho.
- Eu não estou sozinha Claire, eu fico aqui com a July.- olhei para a mesma, que nos olhava, e depois de novo para Claire.- vá, vai brincar com o Fred.- ela ainda ficou pensativa mas acabou por assentir e depois de se esticar para me dar um beijo, lá foi. Fiquei a vê-la até desaparecer e depois voltei a olhar para July, debruçando-me ligeiramente na mesa.- o Wild? - lembrei-me de perguntar.- já não o vejo há uns dias.- fiz uma careta e vi-a ficar mais tristonha de repente.
- Ele foi embora..- disse baixinho, baixando o olhar. Juntei as sobrancelhas, numa expressão preocupada e olhei-a com atenção.
- Embora? Como, porquê?
- Ele foi ter com o Kyle.- arregalei os olhos.

Tive que esperar mais cinco minutos que ele acabasse de comer e quando finalmente decidiu terminar agarrei-o para que viesse ao meu passo.
-Vieste só por minha causa? È que se sim foste um grande idiota.
-Pronto - resmungou cruzando os braços - já sabia que ias começar a resmungar, na verdade vim para apanhar um bocado de cor, aqui está calor e aposto que se me deitar aqui fico logo um bocadinho mais moreno - revirei os olhos acabando por rir.
-És mesmo um idiota. - ele riu-se e encolheu os ombros - se vieste por minha causa, vais fazer o que eu mandar - disse dando-lhe um encontrão. Wild era um bom amigo, mas às vezes podia causar mais sarilhos do que qualquer outra pessoa.
-Sim senhor -fez-me continencia.

Wild era um bom amigo, soubera-o desde o início e o que acabara de fazer era apenas mais uma prova disso. Eu sabia o que July sentia, eu sentia exactamente o mesmo, por isso ia ajudá-la enquanto eles estivessem fora, ou pelo menos ia tentar. Levantei o meu prato, ajudando-a depois a arrumar a cozinha, ignorando todas as vezes em que me disse que não era preciso. Eu precisava de fazer alguma coisa, precisava de me distrair. Dei-lhe o último prato, depois de já o ter limpo e passei as mãos pelas costas, com um suspiro. Já não me aguentava em pé.
- Vês? Eu disse que não precisava.- suspirou July, olhando-me.
- Não te preocupes, eu estou bem.- descansei-a.- só preciso de descansar um bocadinho e fico como nova.- sorri ligeiramente.- esta pirralha não me deu descanso a noite toda.- não é que eu lhe tivesse dado a ela, mas pronto. July sorriu e fez-me uma festinha na barriga.- eu vou descansar um bocadinho, está bem? - ela assentiu e eu saí da cozinha, subindo até ao nosso quarto. Coloquei o telemóvel em cima da mesinha de cabeceira, para o ouvir caso Kyle ligasse e abri a cama, sorrindo ao ver a sua camisola em cima da almofada. Deitei-me com cuidado e abracei-me a ela, sentindo o seu cheirinho.

Depois do treino fomos a um suposto médico, mas eu devia ser mais médico que aquele homem que ele era um verdadeiro visgolho.
-Este é dos bons foi o que o médico disse - ri-me abanando a cabeça. Wild conseguia distrair-me e ainda bem.
-Ele disse isso a todos Wild, lamento - levantei o olhar quando ouvi um barulho estranho e abanei a cabeça - começou - disse como se fosse a coisa mais normal do mundo, mas já só tive tempo de agarrar no braço de Wild e sair dali segundos antes daquele sítio explodir. - És um idiota Wild e vais acabar morto.
-Disseste isso da primeira vez e eu salvei-te - olhei o meu melhor amigo.
-Isto já não é uma missão para principiantes.
-O que quer dizer que tu estás lixado sem mim. - semicerrei os olhos a Wild enquanto ele falava e respirei fundo antes de falar.
-Tem cuidado por onde andas.

Fiz uma careta quando senti uma coisa húmida na boca e quando abri os olhos já só vi Doggie a lamber-me. Ri-me baixinho, passando a mão pela sua cabecinha e levantei as cobertas, arregalando os olhos quando vi Browny lá debaixo.
- Como é que vieste aqui parar? - falei baixinho mas mal ela ouviu a minha voz levantou a cabeça, ficando a olhar muito atenta para mim antes de inclinar a cabeça e vir lamber-me também. Ri-me e fiz festinhas aos dois.- se o Kyle estivesse aqui não ia gostar nada disto.- gargalhei e assim que ouviu o nome do dono, Doggie começou a choramingar, vindo aninhar-se junto à camisola dele. Juntei as sobrancelhas e voltei a deitar a cabeça na almofada, fazendo festinhas em Doggie.- tens saudades do dono? - beijei-lhe a cabecinha.- eu sei o que isso é.- suspirei.

Wild ia falar, mas eu tapei-lhe a boca e olhei em volta. Estava alguma coisa errada, não havia ninguém por ali, estava tudo deserto.
-Cheira-me a esturro - disse Wild contra a minha mão.
-São só os pêlos do meu braço - gozei, mas ele arregalou os olhos ao ver o meu braço ligeiramente avermelhado. - não dói, não te passes. - abanei a cabeça - está aqui alguma coisa mal. - disse baixinho.
-Hei, o comandante disse meia hora para estar no acam... - virei a cabeça para quem quer que estivesse a falar, mas já fui tarde para o ver vivo, por alguma coisa o tinha decapitado.
-Estamos num campo armadilhado. - murmurei forçando-me para respirar.
-Como aqueles do Saw?! - olhei para Wild incrédulo.
-Cala-te.

Só quando voltei a abrir os olhos é que me apercebi de que tinha adormecido. Fiz uma careta, esfregando os olhos e quando olhei para a cama, já não havia sinal dos cães, lá estava eu sozinha, mais uma vez. Sentei-me com cuidado na cama e peguei no telemóvel, suspirando ao ver que não tinha nenhuma chamada. Por um lado era bom, significava que não tinha perdido nenhuma oportunidade de falar com ele, mas por outro, nunca mais recebia notícias. Ele só foi para lá há umas horas Abbie, tem calma. Sim, isso também era verdade. Suspirei, passando as mãos pela barriga e fiz uma cara estranha quando não senti a bebé mexer-se.
- Estás muito calminha tu.- murmurei com uma careta mas acabei por me levantar, não dando muita importância. Se calhar era mesmo verdade, se calhar era mesmo o efeito dele. Passei a mão pelo cabelo, dando-lhe um jeito e saí do quarto, fazendo uma careta com a luz que me ofuscou e esfreguei os olhos, descendo até à sala, onde já lá estavam os miúdos, entretidos com a televisão.- boa noite feios.- sorri-lhes quando me olharam os dois e recebi dois sorrisos de volta. Fui sentar-me no meio dos dois e quando os dois deitaram a cabeça no meu colo, fiz-lhes festinhas no cabelo. Era como se tudo ficasse mais morto sem ele. E a verdade, é que ficava mesmo.