Beth's house

Fechei a porta com cuidado e segui até ao meu quarto, encostando-me à porta quando a fechei. Encostei a cabeça à mesma e mordi o lábio com um pequeno sorriso, ao lembrar-me do que tinha acontecido na casa de banho. Tinha sido bom, muito bom mesmo. Soltei um suspiro prazeroso e endireitei-me, indo até ao armário, tirando de lá uma roupa ao calhas.

Apesar de não parecer fazer a diferença, quando limpei o meu irmão ele parecia que estava a brilhar, parecia como novo. Vesti-lhe a mesma roupa que nem estava muito suja porque eu lava-a sempre que encontrava água e deixei-o sair.
-Cuidado se saires de casa - avisei-o indo sentar-me no sofá.

Optei por umas leggins e uma camisola mais comprida e penteei o cabelo, deixando-o secar ao natural. Coloquei as toalhas no cesto da roupa suja e saí do quarto, indo em direcção à cozinha quando o vi na sala. Mordi o lábio com força e aproximei-me devagarinho, ficando atrás dele no sofá.
- Queres alguma coisa para comer? - perguntei baixinho.

Senti-a atrás de mim e encostei a cabeça ao sofá, olhando para trás todo torto. Abanei a cabeça agarrando numa almofada e começando a brincar com a mesma.
-Não tenho fome. - encolhi os ombros - queres sentar-te? - cheguei-me só para um lado.

Mordi o lábio com força quando olhou para mim e reprimi toda a vontade que sentia de lhe tocar, era como se nunca ficasse totalmente saciada. Assenti quando me perguntou se me queria sentar e dei a volta ao sofá, sentando-me no espaço que ele tinha deixado, mas não muito afastada dele.
- O Max gostou do banho?

Cheguei-me mais para ela, fazendo-me de desentindo e encolhi os ombros.
-Gostou - disse brincando com as minhas mãos e levantando o olhar para ela. Sentia-me tão estúpido, eu só a queria beijar, como é que era possivel - ele saiu - apontei para a porta enquanto olhava os seus olhos.

Mordi o lábio para parar de sorrir quando o senti aproximar-se de mim e bastou sentir o seu cheiro para o meu coração disparar. Era como se um desejo avassalador de estar com ele me consumisse a toda a hora. A verdade é que consumia mesmo. Assenti com a cabeça, desviando o olhar para ele e quando este desceu até aos seus lábios, eu passei a língua pelos meus. Oh meu deus.
- Ainda bem..- sussurrei.

Vi os seus olhos descerem e os meus também desceram para os meus lábios. O que é que se passava afinal? Porque é que isto não parava? Eu já estava a começar a ficar assustado. Não sei bem como, mas já estava colado a ela quando a beijei de novo, puxando-a para cima de mim.

Eu não conseguia desviar o olhar, por mais que quisesse os meus olhos estavam completamente vidrados nos seus lábios. Queria tanto beijá-lo. A minha respiração ficava acelerada só de não o poder fazer. E foi como se ele me lesse os pensamentos, porque de um momento para o outro já os seus lábios se encontravam junto dos meus. Fechei os olhos com um pequeno gemido e levei as mãos ao seu cabelo, ajeitando-me em cima dele.

Passei as mãos por entre os seus cabelos e deitei-a na cama, ficando ligeiramente por cima dela, porém parei um bocadinho encostando-me ao seu pescoço.
-Eu não consigo parar - admiti não a conseguindo olhar.

Agarrei-me ao seu pescoço enquanto sentia o meu corpo inclinar-se e quando finalmente me deitei no sofá, soltei um suspiro contra os seus lábios, abrindo os meus olhos quando os afastou dos meus. Não, eu não queria que ele parasse. Mordi o lábio com força e quando finalmente falou, eu engoli em seco.
- Então não pares.- sussurrei, passando as mãos pelo seu cabelo.- porque eu também não consigo.

Não consegui evitar sorrir quando ouvi o que ela disse e deitei-a no sofá voltando a beija-la. Era tudo tão viciante, parecia sempre a primeira vez que o fazia. A única coisa que me perguntava é se era assim só com ela ou com todas as outras pessoas.
-Não vou.

Toquei com um dedo no seu sorriso e acabei por sorrir também, ele era tão..lindo. Voltei a rodear o seu pescoço com os meus braços quando me deitou no sofá e correspondi ao seu beijo, puxando-o mais para mim. Isto não parava, já ambos tínhamos percebido, mas a verdade é que eu não sabia se queria que parasse.

Acho que nunca tinha tanta necessidade de mimos e carinho, como sentia agora. Encostei a cabeça ao seu ombro e comecei a dar-lhe beijinhos no mesmo abraçando a sua cintura com os meus braços.

Dei-lhe um beijinho na testa quando deitou a cabeça no seu ombro e abracei o seu corpo apenas com um braço, ficando a fazer-lhe festinhas no cabelo com a mão livre. Era tão bom estar assim.

Eu começava a ter medo do meu coração, depois do que o médico tinha dito, começava mesmo a ter medo. Sempre que recebia um beijo dela, ele parecia que ia explodir, apesar de não me fazer sentir mal, assustava-me um bocado. Abri a boca para falar, mas como ia estragar o momento, apenas me deixei estar assim, de olhos fechados.

Abri os olhos quando senti algum movimento e quando olhei para baixo vi-o abrir e fechar a boca. Levantei uma sobrancelha, com uma cara estranha mas continuei a fazer-lhe festinhas no cabelo.
- Queres dizer-me alguma coisa? - perguntei baixinho.

Abanei a cabeça ficando muito quietinho em cima dela.
-Não - murmurei abraçando-lhe com força a cintura e fechei os olhos ouvindo a porta abrir, mas nem por isso me levantei.
-Ma.. ola - ouvi Max ligeiramente surpreendido.

Assenti, dando-lhe um beijinho na testa e sorri quando me abraçou com força, era como se me sentisse protegida assim, coisa que já não acontecia há muito tempo. Arregalei os olhos quando a porta se abriu, mas para meu espanto ele nem sequer se mexeu. Quer dizer que não fazia mal?
- Olá Max.- sorri-lhe, mais ou menos.

Estava tão quentinho e meio adormecido que nem me incomodei. Virei a cara para o meu irmão e ele estava com uma cara um bocado estranha.
-Olha - mostrou-me comida que tinha tirado e aí sim, vi-me obrigado a sentar-me. - O que é isto Max? - perguntei agarrando numa maçã.

Não conseguia não ficar surpreendida. A primeira coisa que eu pensava que ele ia fazer era sair de cima de mim, quase tão rápido como se deitou. Mas ainda bem que não o tinha feito. Fiquei a sorrir que nem uma parvinha, mas quando deixei de sentir peso, olhei para Leo e Max, acabando por me sentar também.
- Onde é que arranjaste isso Max?

Ele começou a ficar muito vermelho e com uns olhos muito assustados, estava a começar a perceber que talvez não devesse ter feito aquilo. Eu queria dizer-lhe, explicar-lhe que não devia ter feito aquilo, mas não o ia fazer à frente de Beth. Apenas abanei a cabeça e coloquei a comida em cima da mesa de centro sentando-o ao meu colo, sentindo-o agarrar-se logo a mim.

Juntei as sobrancelhas quando Max começou a ficar muito vermelho e até eu começava a ficar com vontade de chorar. Só esperava que ele não estivesse assim por minha causa.
- Ei, está tudo bem.- virei-me para ele, dando-lhe um beijinho na testa.- tem calma.- disse baixinho e olhei Leo, dando-lhe um beijinho na testa também.- eu vou deixar-vos conversarem.- sim Beth, faz isso.

Assenti com a cabeça quando ela disse que nos ia deixar falar.
-Max, acalma-te, não tenho aqui a bomba - disse afastando-o ligeiramente de mim e limpei-lhe a cara afagando-lhe as costas. - Não precisas de voltar a fazer aquilo Max - disse muito baixinho para que só ele ouvisse e encostei a minha cabeça à dela - estás numa casa agora, percebes? - ele olhou-me mas acabou por assentir.

Optei por ir para o meu quarto. Ia aproveitar que eles estavam a conversar para dar um jeito no mesmo. Comecei por fazer a cama e depois arrumei as várias roupas que estavam espalhadas pelo chão.