Beth's house

Sorri quando vi Max dizer que não com a cabeça e levantei-me ao mesmo tempo que ele, assentindo.
- Tem cuidado, está bem? - olhei-o.- e qualquer coisa, chama-nos.- pedi e fui dar-lhe um beijinho na bochecha antes de me dirigir até ao quarto dele e de Leo. Abri a porta devagarinho, entrando pé ante pé e sorri ao ver Leo adormecido, deitando-me com cuidado ao seu lado.

Remexi-me quando senti movimento ao meu lado. Abri os olhos quando me senti a acordar. Sorri levemente quando vi que era Beth e dei-lhe um beijinho visto que ela estava perto dos meus lábios - olá - murmurei.

Encostei a cabeça na pontinha da sua almofada, ficando assim com a cara perto da sua, e fui fazendo-lhe festinhas cuidadosas no cabelo, até o ver acordar. Ficava tão lindo assim, meio adormecido, fazia-me lembrar um bebé. Rocei o meu nariz no seu, retribuindo o seu beijinho e cheguei-me mais para ele.
- Olá.- olhei os seus olhos, deslizando os meus dedos pela sua bochecha.- como estás?

Encolhi os ombros quando me perguntou como estava - com sono - sorri agarrando-me a ela, encostando a cabeça ao seu ombro. Já não sentia nada de anormal de novo, já sabia o que tinha que fazer, respirar fundo, acalmar-me e dormir.

Passei a mão pelo seu cabelo, fazendo-lhe festinhas, como sabia que ele gostava, e cheguei-me mais para ele, dando-lhe um beijinho na testa.
- Então dorme mais.- murmurei baixinho.- eu fico aqui.- tapei-o melhor, aconchegando-o em mim.

Fechei os olhos com um meio sorriso, adorava aquelas coisas na cabeça que ela me fazia, já o meu irmão também me dava festinhas, mas as dela eram especiais só por serem dela. - Eu não te ia deixar ir a mais lado nenhum - disse ficando com as minhas mãos a abraçarem o seu corpo.

Sorri ao ver o seu sorriso e continuei com as festinhas no seu cabelo, já tinha percebido há muito tempo que ele gostava. Mordi o lábio, sentindo-me ficar com um sorriso muito parvinho por causa das suas palavras e baixei os meus lábios até aos seus, dando-lhe um pequeno beijinho.
- Nem eu queria ir.- disse baixinho contra a sua boca.- só quero estar contigo. - olhei os seus olhos e sorri.- podes descansar.

Mordiquei-lhe o seu lábio inferior depois de dizer que também não queria ir e puxei-a mais para mim, voltando a beija-la. Ia fechar os olhos de novo, para tentar dormir, quando ouvi uma coisa tocar, era a campainha. Olhei para Beth mordiscando o meu lábio nervosamente, não gostava daquilo, mas ela conhcia pessoas, e normalmente as pessoas iam a casa dela, por isso devia ser para ela e não devia ser nada demais.

Deixei que me mordesse o lábio, suspirando por ser ele a fazê-lo e pendi ligeiramente a cabeça, sentindo os seus dentes largarem-no. Voltei a aconchegar-me nele ao perceber que ia dormir, depois de ter retribuído ao seu beijo, mas a campainha tocou, fazendo-me levantar a cabeça com uma careta. Era sempre nos melhores momentos, que sentido de oportunidade.
- Quem será? - perguntei baixinho, suspirando quando percebi que ia ter de me levantar.- dorme, eu vou ver quem é. - afastei-me devagar.

Olhei-a quando perguntou quem era e encolhi os ombros enroscando-me em mim próprio já que ela tinha que ir lá. Assenti com a cabeça ficando a olha-la e virei-me de lado, ficando a ouvir os seus passos. Uma das coisas que tinha desenvolvido era a minha audição e a minha concentração. Queria saber quem era e se ela estava bem.

Ajeitei a minha camisola, que na verdade era de Leo, e saí do quarto, passando pela sala para chegar à porta. Eu não estava mesmo a ver quem é que podia ser, nunca recebia visitas, sem ser daquela vez em que Louis...revirei os olhos, pousando a mão na maçaneta e mal abri a porta, cerrei o maxilar. Pois, só podia mesmo ser ele.
- O que é que tu estás aqui a fazer? - murmurei de forma fria, não me ia deixar afectar novamente por ele, já chegava de ser tão fraca. E agora estava com Leo, por isso.
- Bem, estás melhor do que o que eu me lembrava.- disse com o seu ar nojento, enquanto me olhava de alto a baixo.- vim terminar a nossa conversa do outro dia.

Passei as mãos pelos olhos, virando-me de novo para cima, não estava bem de forma nenhuma. Ouvi-a abrir a porta e sentei-me na cama quando a ouvi a sua pergunta. Ela não queria a pessoa ali. Eu parecia um maniaco, mas não fazia mal. Levantei-me demasiado rápido e senti uma tontura que me fez descair, encostando-me à parede.

O que é que ele estava ali a fazer? Nós não tínhamos nada para resolver, eu não queria falar mais com ele.
- Não há nada para terminar, eu não quero falar mais contigo Louis, desaparece daqui.- disse firmemente, apertando a porta na minha mão e já só o senti agarrar na mesma, entrando em minha casa.
- Eu não vou deixar que tu fiques com aquele meia leca, tu és minha.- murmurou, agarrando em mim de surpresa e encostando-me à porta. Arregalei os olhos, sentindo o meu coração disparar e agarrei-lhe nas mãos que me seguravam os ombros.
- Eu não sou mais tua, lembraste? - atrevi-me a enfrentar o seu olhar.- tu trocaste-me, foste tu, por isso, eu tenho o direito de estar com quem eu quiser.- tentei fazer com que me largasse.
- Não tens, tu amas-me.- agarrou nas minhas mãos.- tu amas-me a mim.
- Já não Louis, já amei.- assenti, sentindo o meu queixo tremer com toda a raiva que sentia.- eu já te amei, mas não amo mais.
- Isso é mentira! - ele gritou, fazendo-me estremecer.- e eu vou provar-to.- disse e posto isto, aproximou os seus lábios dos meus.

Quando me consegui recompor olhei para o espelho à minha frente, tinha deixado de ouvir durante uns minutos, mas agora que estava a voltar já conseguia perceber o que estava a acontecer. Não era preciso ter bom ouvido para saber que eles estavam a discutir, eles gritavam bastante. Abri a porta do quarto com cara de poucos amigos, aliás, com a minha cara normal. Normalmente nadava sempre assim, desde á pouco tempo para cá é que andava a sorrir mais, por causa de Beth. Mas, assim que vi o corpo dele todo esborrachado contra o dela a beija-la, a minha expressão piorou e eu comecei a andar mais rápido na direcção deles, separando-os um para cada lado. Olhei para os dois, irritado, neste momento não queria saber quem é que tinha beijado quem, ou se tinham os dos querido.

Debati-me contra o seu peito quando senti os seus lábios nos meus e por mais que me remexesse, a força que ele fazia nos meus braços não me deixava sequer mexer bem. Mas eu continuei a tentar. Eu não o queria beijar. Eu já não gostava dele e se ainda nutria algum sentimento por ele, era de nojo, simplesmente isso, nojo. Trinquei-lhe o lábio com força, ao mesmo tempo que senti alguém separar-nos e quando olhei para o lado, vi Leo junto de nós, com uma cara assustadora, no mínimo.
- Não.- abanei a cabeça, ao perceber o que ele estava a pensar e limpei a boca com as costas das mãos.- foi ele Leo, eu não queria, nem quero.
- O que foi? - Louis olhou para Leo, tocando no seu lábio que sangrava por causa da minha mordidela.- não pensavas mesmo que ela ia ficar contigo, pois não?

Olhei para Beth quando falou e só a vi mexer os lábios, não percebia nada do que ela estava a dizer, mas também não fiz por perceber, falava com ela depois, agora só queria acabar com o gajo, ele não tinha nada que lhe tocar daquela maneira, ela estava comigo. Cerrei o maxilar assim que o ouvi falar e dei-lhe dois socos seguidos empurrando-o contra a porta, e já só o vi bater com a cabeça na maçaneta e o vi cair no chão.
-Não. Lhe. Tocas. Mais.

As coisas aconteceram muito rápido, demasiado rápido. Depois de ouvir Louis falar já só vi Leo lançar-se a ele e esmurrá-lo, atirando-o depois contra a porta. Arregalei os olhos, esforçando-me por não gritar e afastei-me ligeiramente. Ele nem sequer me tinha ouvido, eu só esperava que ele não estivesse a pensar coisas.
- Leo.- tentei chamá-lo à atenção.- ele não vale a pena, pára.- pedi, voltando a aproximar-me para lhe agarrar no braço. Louis abriu os olhos, meio grougue e levou a mão à cabeça, ainda com o seu sorrisinho nojento.
- Achas mesmo que eu tenho medo de ti? - tossicou, limpando o sangue da sua boca com as costas da mão.- aproveita enquanto podes miúdo, ela vai voltar a ser minha.- sorriu, com os dentes todos cheios de sangue. Cerrei o maxilar, sentindo-me ferver de raiva e naquele momento, também eu o queria encher de porrada.
- Cala-te Louis.- conti-me para não gritar.- eu não vou voltar para ti, nunca.- abanei a cabeça.- e agora desaparece daqui! - acabei mesmo por o fazer.

Estava a começar a hiperventilar, estava com tanta raiva daquele gajo que era capaz de mata-lo. Não tinha medo nenhum. Ia voltar lançar-me a ele para lhe bater quando começou a provocar-me, mas senti a mão de Beth a impedir-me de o fazer. Apenas lhe dei um pontapé no estômago, empurrando-o com os pés para que saísse de casa dela.

Agarrei melhor o braço de Leo, por imaginar a vontade que ele tinha de se lançar de novo para cima de Louis e eu própria tive de me controlar também. Ele metia-me tanto, mas tanto nojo.
- Leo.- engoli em seco quando ele começou aos pontapés a Louis e mal este já estava fora de casa, voltei a agarrar no braço de Leo.- já chega.- murmurei com os olhos a arder e puxei-o para dentro de casa, fechando a porta. Não queria saber se ele estava todo a espenear-se lá fora, por mim, podia morrer ali.

Assim que ela fechou a porta senti o meu corpo ficar mais mole. Engoli em seco e passei com as duas mãos pelo meu cabelo, respirando fundo para me acalmar, enquanto andava em direcção à sala.
-Se aquele gajo aparece aqui mais alguma vez, eu juro por tudo que o mato.

Ele não ia ficar chateado comigo também, pois não? Não ia ficar chateado comigo por causa de Louis, pois não? Eu não tinha feito nada, eu nem sequer o queria beijar. Engoli em seco, só de pensar nessa hipóteses e segui-o até à sala, suspirando baixinho.
- No estado em que o deixaste, não me parece que volte cá tão cedo.- disse no mesmo tom, mordendo o lábio com força.- ele agarrou-me Leo, eu não queria e eu juro que estava a tentar afastar-me.- olhei-o.- eu juro.

Assim que a senti atrás de mim suspirei fechando os olhos, virando-me para ela e abraçando-me - eu sei - disse baixinho passando as mãos pelas suas costas - eu sei, eu conheço-te - disse baixinho. - Para a próxima eu vou té à porta.

O medo que sentia da hipótese de ele estar furioso também fez com que os meus olhos picassem tanto que não consegui conter as lágrimas. Agarrei-me a ele mal me abraçou e escondi a cara no seu pescoço, fungando.
- Eu não o queria beijar, eu só te quero a ti.- apertei-o contra mim.- não fiques furioso comigo.- pedi baixinho.- eu só gosto de ti.- cada vez que via Louis, ficava com as emoções todas trocadas. Fazia-me lembrar coisas que preferia ter esquecido e reviver momentos que preferia que estivessem mais do que enterrados. Odiava sentir-me assim, odiava-o.

Passei as mãos pelas suas costas de olhos fechados. Estava a tentar acalmar-me, porque sabia que ela tinha sido forçada, bastava olha-la para saber. Nunca tinha sentido algo parecido, tanto.. ciúme. Engoli em seco assentindo enquanto ela falava. - Eu não estou furioso contigo - murmurei endireitando-me, passando os dedos pela sua bochecha.

Passei as mãos pelas bochechas, respirando fundo para me acalmar e fechei os olhos, enquanto o apertava contra mim.
- Prometes? - perguntei baixinho, afastando-me ligeiramente para o olhar e dei-lhe um beijinho no maxilar contraído, ele estava todo tenso.- tem calma, ele já foi embora.- acariciei-lhe o peito, na zona do coração.- já passou.